quarta-feira, 31 de julho de 2013

Tarja - Colours In The Dark


Ela está de volta! Depois de What Lies Beneath, Tarja Turunen lança um álbum inédito a ser lançado agora em agosto. Vamos analisar?

O titulo do álbum vem de uma metáfora da ideia de que a vida possui uma grande variedade de cores e a escuridão absorve todas as cores, contendo cada cor. O álbum deveria se chamar, na realidade, Until Silence, no entanto, pela terceira vez, o nome do álbum saiu do meio da letra de uma das musicas. O trecho que deu o nome ao álbum é esse:
I saw our memories die
thought our dreams had lost their meaning
but dreams still in my heart
are painting colours in the dark


Na mesma linha instrumental do Bolero de Ravel, temos  Victim of Ritual, uma música muito sinfônica, misturando o som da marcha com momentos mais agitados, a musica já é conhecida de todos, então vamos nos ater ao clipe, notaram a tinta em pó? Bom a fonte dessa ideia conceitual é indiana, baseada num festival chamado Holi, onde os participantes jogam tinta uns nos outros com o intuito de afastar o negativismo. No clipe é a mesma coisa, como se as pessoas ficassem presas àquilo que fazem todos os dias, o ritual diário, numa vida sem cores para expandir suas habilidades e qualidades. Uma coisa que não gostei nessa musica foram as firulas vocais no meio dela, um solo ou algo do tipo ficaria melhor do que ouvir ela gritando, mas ok, é uma música excelente para um álbum do gênero.

Tarja começa usando um eco e logo em seguida uma explosão de guitarras, a musica é mais tranquila em seus versos, com uma guitarra simples acompanhando, a versatilidade vocal dela está bem afiada em 500 Letters, é uma música bem light, tem seu peso e é bem comercial, passa muito bem para trilha sonora de algum filme. Aí encontramos um solo muito bom, seguido pelo sustenido da voz da Tarja, teclado e bateria. 

Na sequencia, somos apresentados a um ar de mistério, a uma espécie de viagem, Tarja usa seu espanhol nas primeiras palavras, ouvir os acordes dessa musica é como viajar no tempo e a voz dela é um deleite, principalmente quando a musica engata e ganha força e seu vocal potente faz você se envolver, Lucid Dreamer te faz viajar, carrega um tom de inocência das canções de ninar e o peso no refrão, ainda sem ser agressivo, uma jornada pessoal. Abre-se então um mundo místico, um tom infantil e sim, a participação de ecos de canções de ninar e a pequenina Naomi, filha da tarja. Simplesmente é uma musica que me emocionou muito, esse efeito de jornada interior simplesmente contribuiu com algo inovador e não ficou feio, nem estranho. Lentamente a musica retorna ao seu normal. Sinfônica, forte e potente. É uma musica carregada no feeling.

Então somos apresentados a Never Enough, o que para mim é uma música até que boa, mas diferente do contexto do álbum, é pesada, tem um conceito interessante na letra, mas achei repetitiva. Ainda existe quem diga que essa musica é um indireta para Vcs~Sabem~Qual~Banda, o que eu acho difícil, visto ninguém mais ser criança para ficar se alfinetando ou mandando recadinhos, né? E isso não vem ao caso.


Mystique Voyage era uma musica que eu estava muito ansioso para ouvir, Tarja começa a narrar ao melhor estilo Elvenpath, só que no lugar da canção agitada, temos uma instrumentação harmoniosa nos é apresentado, é uma musica muito melódica, mais uma música que brada pela jornada pessoal, mares infinitos de mistérios sendo revelados, corais muito bem elaborados ao fundo. É uma musica tocante, simples, mas com um feeling tão forte. Essa é uma musica tão teatral, que se tivessem guitarras altas, talvez perdesse seu encanto. Simplesmente perfeita, cheia de efeitos. Em seus 4 minutos somos apresentados a uma parte mais agitada com guitarras tênues bem ao fundo. É uma tremenda obra de arte da engenharia instrumental, cada elemento em seu lugar sem ofuscar, mas complementando um ao outro. E a musica termina com o piano e celo que acompanha desde o inicio dessa canção.

É de praxe da Tarja gravar um cover para colocar no álbum, em My Winter Storm tivemos Poison de Alice Cooper, no What Lies Beneath contamos com In The Still Of The Night do Whitesnake e no Colours In The dark ouvimos Darkness de Peter Gabriel. É belo, é uma canção pesada, e os engenheiros fizeram um excelente trabalho na mixação dessa musica. Passa do pesado para o abafado, suave com aqueles sons que ouvimos aos 11 segundos de Naiad acompanhado pelo piano e uma orquestração fantástica. Mistura o sinfônico, o caos e a paz na mesma canção.

Deliverance é outra daquelas musicas que começam num tom tranquilo e se revela como a introdução dos primeiros filmes do Homem Aranha (isso não é ruim, eu gosto da instrumentação usada nas aberturas dos filmes da Marvel) bem, é uma musica com peso, também muito sinfônica, e temos um show vocal. O lírico é puxado, e muito bem usado. Me amarrei em pontos dessa musica, ela tem altos e baixos. Mas a orquestração dela, é o que chama muito a atenção. Muito bem trabalhada, ainda tem pegadinha, porque quando você acha que ela acaba, ela na realidade d´um tempo e pega intensidade com Oooooh, OOOOHHHHH’s da Tarja. E no fim o rock e o sinfônico se unem e forma uma espetáculo instrumental.

Pesos nas guitarras, chega a lembrar o estilo que Isaac usa no Epica, que eu brinco que parece uma Yamaha RD, Neverlight tem uma introdução poderosíssima, a voz da Tarja se mostra duplicada e com um coral muito bacana em certos instantes da canção. Aos 2:40 e poucos temos um solo instrumental e um solo de guitarra repetitivo e então o instrumental forte, como se fosse um vento contra uma pedra surge unindo tudo no refrão.

Uma atmosfera tranquila surge, dando vazão à voz duplicada com efeitos de sintetizadores, é uma musica tranquila, Until The Silence, é acrescentado um piano ao refrão e a após ele a musica volta a ficar lenta. Essa musica carrega um tom de tragédia em um certo ponto dela, e entra então as guitarras e a bateria com o refrão em voz duplicada. É lindo.

Chegamos à ultima musica de nossa jornada, passamos pelo metal, pelo sinfônico, canções de ninar e agora somos apresentados ao lado mais folclórico da coisa. Uma flauta ao estilo árabe, com vocais ao melhor estilo indiano e guitarras agressivas aparecem com a bateria. A musica pega um compasso, e fica agitada, ganha força e alça voo. É simplesmente lindo ouvir a voz da Tarja emergindo do coral, em Medusa. Deixe-se levar pela musica, os elementos que dão vida a essa canção são únicos, é uma musica emocionante. Então surge a voz de Justin Furstenfeld, com guitarras rítmicas em alguns pontos, a sua voz é suave, chegando a lembrar voz de alguns desenhos da Disney, mas é um espetáculo, a união da voz dele com a voz da Tarja, o intercalamento e a união das vozes junto com o instrumental, flautas, guitarras, corais. Te leva novamente a uma viagem pessoal. Essa musica é um diferencial na carreira da Tarja, não estou lembrado dela fazer nada parecido nos álbuns anteriores, é simplesmente lindo, deixando um gosto de quero mais no ar, encerrando o álbum com a flauta árabe.

Justin Furstenfeld -  Artista convidado.
 
Pesquisei um pouco sobre Justin Furstenfeld, e acabei descobrindo um pouco mais sobre a vida dele, o cara é um prodígio: produtor musical, artista plástico, autor, vocalista, guitarrista e compositor de uma banda de rock, chamada Blue Octuber. O gênio tem seus demônios também, luta contra o distúrbio bipolar e suas tendências psicóticas assim também com sua ansiedade. A banda Blue Octuber possui cerca de 10 albuns lançados, incluindo um acústico.





Por Rodrigo P.P.
https://www.facebook.com/digoguigo

2 comentários:

  1. 'COLOURS IN THE DARK' é uma obra-prima da carreira-solo da TARJA TURUNEN. E´o disco com o qual eu mais me envolvi nos últimos 5 anos. É dramático e engraçado ao mesmo tempo. É inesquecível. É viciante.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. RodPP

      Sem dúvidas, é um dos melhores dos 3 lançados até agora. Mais pesado e passa pelo sinfônico, metal, drama e culmina num lindo folclórico. Sempre coloco meu ponto de vista sobre os álbuns no final da matéria, só que esse eu esqueci.Mas adorei esse!

      Excluir